Em setembro, perguntamos em nossas redes sociais que conselhos os leitores gostariam de ter recebido quando iniciaram na fotografia. As respostas foram tão interessantes, que compartilhamos 3 delas aqui hoje, junto com 3 trechos do livro A CÂMERA que dialogam com elas. O livro é um clássico mundial em sua área e pertence à trilogia de ANSEL ADAMS: A CÂMERA, O NEGATIVO e A CÓPIA.
1. Ninguém aprende tudo de uma vez. Aprender leva tempo. Todo fotógrafo experiente um dia já foi iniciante. Não se cobre tanto. (Liliane Figueiredo)
Atingir a excelência em qualquer atividade depende de muito tempo, esforço e dedicação. ANSEL ADAMS assim mapeou as etapas de aprendizado a serem percorridas na fotografia:
“Um fotógrafo ocasional pode confiar na automação em todas as situações, e não precisa se sentir culpado pelo prazer que sente com suas fotos. Por outro lado, o fotógrafo amador (no sentido original do termo, ou seja, aquele que se dedica a uma atividade por amor) irá desenvolver entendimento e habilidade na exata proporção do esforço despendido. Já o profissional sério ou o fotógrafo criativo necessitam do máximo de conhecimento e imaginação, de um olhar apurado e de reações rápidas. Muitos avançam por todos esses estágios, passando da simples observação do mundo a seu redor a níveis mais profundos de percepção e a um envolvimento maior.”
2. Não gaste tanto dinheiro com equipamentos antes de saber qual seu real propósito na fotografia. (Carlos Alves)
Assim como comprar um livro não faz com que o seu conteúdo seja imediatamente aprendido, gastar dinheiro com equipamentos caros não torna nenhum fotógrafo magicamente melhor. ANSEL ADAMS reforça que começar com um equipamento simples e progredir conforme domine os seus recursos, e compreenda as suas próprias intenções, é o melhor caminho.
“Prefiro, por outro lado, mostrar a natureza de diferentes modelos de câmeras e seus recursos, esperando que o fotógrafo possa levar essas discussões em consideração no contexto de suas intenções e de seu próprio estilo. Volto a insistir que se deve evitar a ilusão de que o trabalho criativo depende exclusivamente do equipamento. É muito fácil confundir o desejo do sucesso com o de possuir equipamento de qualidade superior. ”
3. Vá ao teatro, veja bons filmes, leia bons livros, alimente o seu repertório e confie mais nos seus instintos… (Phillip Zelante)
São as nossas influências culturais que alimentam o nosso potencial criativo e ampliam a nossa visão. Ansel Adams reforça que a câmera é um objeto incrível, mas é o que há de único em cada fotógrafo que torna a fotografia realmente especial.
“Uma câmera pode ser um milagre eletrônico e óptico, mas não cria nada sozinha. Tudo que ela pode representar em termos de beleza e encantamento está, a princípio, em sua mente e em seu espírito.”
E você, qual conselho gostaria de ter recebido? Compartilhe conosco aqui.
Referências:
ADAMS, Ansel. A Câmera. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2000. p. 12-15.